terça-feira, 19 de julho de 2011

Objecto quase

Muito bem! cala-te que ouvir-te eu não mais quero
Demais m'irrita este teu ar de quero mais
Mui me desgasta, este colóquio e me desfaz...
O meu desdém, e o teu também, é o mais qu'espero
(mas tanto faz)

Quero alhear-me do que é teu, do mundo austero
descer do altar ao conjurar-me sem ter fé
Desejo um mundo onde só eu sozinho impero
Ser mais por mim que por alguém que meu nem é
(e nem o quero)

Mas não me adianto, não me lanço no projecto
e circunspecto estou deixando agora o altar
Bem mais que um homem, sou eu bem mais, quase objecto
E me persigno - é meu prazer me persignar.
(e com mais plectro)

Agora danem-se, meus bons samaritanos!
A vós vos dou vosso Sansão e os filisteus...
Guardai-os bem pois vou-me embora e sem mais planos
Minhas verdades são só minhas, planos meus.
(dirão os anos)


19-07-11

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