sexta-feira, 5 de agosto de 2011

De como matar-se os trilhos

Estes pobres trilhos 'ruinados
Oxidam, metal dilatante.
Com cravo e dormente arrancados
Fundidos em terra distante.
Deitados ao léu, já sucata,
Que em quinze correram bastante
Com brutas máquinas frias
De chiados ardentes, arfantes,
Que ao Souza desciam à cata
De gente, de bicho e de azia
Nas vilas, à mil, zaragata!
Comboios enormes se via.
Nos trilhos, vapor fervilhante
Há noventa anos surgia
Caminho de ferro pujante,
Que morto aos oitenta seria.

04-08-11

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.