Tenho fascínio por pedras,
e ao mesmo tempo as desvio
da ideia, essa que medra,
vinda do pejo do frio
Que é próprio das realidades
pétreas: maciços vazios.
Pedras que não têm idade.
Vidas que vêm sem seus fios.
Tristes, paradas, dormentes,
só lidam co'a solidão.
Pulcras por serem dolentes.
Sólidas mães da acridão.
Pedras: mistério que encerram,
Que captam minha atenção.
Pedras que os ventos enterram
com o pó: matéria de Adão.
O pó, que um dia foi pedra,
foi massa que a santa mão,
fez homem, que a terra redra.
Entre os dois eis relação!
Com elas sei que aprendi
e a elas vão estes versos.
Pedras que sempre entendi,
largadas em mundo adverso.
Presas ao solo gelado
Duras, frientas, singelas,
Sinto-me a todas ligado
Quase que sou uma delas.
31-01-12
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