quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Arquiinimizade de amantes

O amor é inimigo dos amantes,
E os amantes, inimigos um do outro.
Pois os que se amam lutam entre si
Numa dança de egos superprotetores,
Num formigueiro de vermes em estado latente
Dentro do amor que se deteriora.
Zurzido, dia a dia, pelos pingos da chuva da rotina
E açoitado, sem cessão, até a morte.

Trabalhado à exaustão está o amor.
E brota do inescrutável, e tem de ser curtido.
Acalentado pelos amantes arquiinimigos
Não só de si próprios como do próprio amor que cultivam.
A flor da gula, da cegueira e da extinção.
É aquilo que os une, opõe e, por fim, separa.
Amor de amantes, tripla causa de discórdia.
Um criador de inimizades.

26-01-12

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