Eu sou a raposa da fábula
Minhas uvas são distantes
Microbianamente minhas,
E coisas distantes são turvas, ambáricas...
Me negam o direito de tê-las ou de negá-las
Almejá-las faz-me, por birra, não vê-las
Não sê-las, não comê-las,
Perdê-las, desentendê-las,
Amiúde desmerecê-las,
Sem nunca antes amá-las.
Pois sou a raposa da fábula,
E as minhas uvas são grises
Bem antes de serem verdes
Uvas de ectoplasma natimorto
Uvas hiper-imaginárias
Uvas supra-sensíveis
Uvas verdes comentícias
Impossíveis, alucinógenas,
Nunca, jamais concebidas
São d'água-e-sal, são placebo, homeopáticas
Uvas, antes de tudo, impróprias
Pois não as merece a raposa.
Ademais, estão verdes...
10-01-12
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